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Quarentena x Normalidade: O que é o melhor para sua empresa?

Vivemos um momento de dualidades. Nos são apresentados, como absolutos, dois caminhos a seguir e eles sempre são opostos: Parar tudo e ficar em casa de quarentena? Ou voltar à normalidade como se o momento que vivemos não fosse singular?

Para responder essas perguntas é necessário conhecer profundamente seu negócio, mas principalmente usar o bom senso, ferramenta que tem acompanhado a evolução do homem até hoje. Não há resposta certa e, muito menos, decisões fáceis a serem tomadas. Mas acredite, com consciência, conhecimento e uma equipe bem preparada e unida, esse obstáculo pode ser vencido.

Vamos começar nossa análise com a volta ao trabalho dos negócios. Essa opção se encaixa no seu negócio se sua atividade essencial não puder ser realizada através do Home Office e/ou a empresa não possuir condições financeiras para ficar parada por muito tempo. Thomas Friedman, colunista de opinião do The New York Times, inseriu em seu artigo intitulado “A Plan to Get America Back to Work” (22/03/2020) a análise do Dr. Steven Woolf, diretor emérito do Centro de Sociedade e Saúde da Universidade Commonwealth da Virgínia, em que ele diz que “a resposta da sociedade ao Covid-19, como o fechamento de estabelecimentos e a quarentena das comunidades, pode ser necessária para coibir o contágio comunitário, mas pode causar danos à saúde de outras formas, custando vidas.”. E acrescenta: “Receita é um dos indicadores mais fortes para resultados de saúde – e de expectativa de vida. As perdas nos salários e demissões estão deixando muitos trabalhadores sem assistência médica e forçando muitas famílias a trocar os gastos com saúde e remédios para pagar por comida, aluguel e necessidades básicas. ” Imagine todo o estresse e perturbações mentais e emocionais que já estão surgindo com esta situação. É muito difícil para os colaboradores que não conseguem trabalhar sem ir ao local de trabalho, trocar os danos que certamente virão sobre ele se não produzir, pela incerteza de pegar ou não o vírus e, se for infectado, se será grave ou não.

Mas, como assegurar que tais trabalhadores não infectem as pessoas de suas famílias consideradas grupo de risco? Neste caso, o isolamento vertical seria uma opção para as famílias. O que se deve levar em consideração aqui também, é o conceito da imunidade de rebanho. David L. Katz é presidente da True Health Initiative e diretor fundador do Yale Griffin Prevention Research Center. Em seu artigo “Is Our Fight Against Coronavirus Worse Than The Disease?” para o mesmo The New York Times, ele explica o conceito de imunidade de rebanho sendo uma boa estratégia quando o grupo de risco de uma doença contagiosa é mais restrito, o que ocorre com o Corona vírus. Ele explica que ao expor a maior parte da população, que não se encontra no grupo de risco, ao vírus, a resposta do sistema imunológico é tão robusta que o corpo invasor é erradicado antes da doença sintomática se desenvolver. Essa resposta torna aquele corpo imune e não mais transmissor do vírus, pois se o invasor não pode assegurar sua permanência no corpo, este não mais serve como vetor de transmissão para um próximo hospedeiro, mesmo que o próximo não tenha imunidade (neste caso, os grupos de risco que devem estar em isolamento neste cenário). Deixando claro que esta estratégia só é considerada, porque até o momento o vírus apresentou taxas de mortalidade menores que 1%, sendo a maioria idosos acima dos 60 anos.

Se você não pode colocar seus funcionários em Home Office e teme pela saúde financeira de sua empresa e de seus colaboradores, esclarecer e adaptar a estratégia acima a sua realidade pode ser uma opção viável.

Agora, se seu negócio não é afetado pela quarentena, permitindo que seus trabalhadores trabalhem em casa, tente a todo custo que essa opção aconteça. Como vem sendo noticiado nas últimas duas semanas, todos conhecem a eficácia do distanciamento social. Dessa forma, manter essa estratégia irá ajudar e muito aqueles que não podem se dar ao luxo de ficar em casa.

A situação que tornaria a quarentena, ou Lockdown, a única estratégia viável seria se a taxa de mutação do Coronavirus fosse muito alta, o que invalidaria tanto o isolamento vertical, quanto a imunidade de rebanho, pois o número de reincidências de infecção seria grande. No entanto, segundo notícia publicada pela BBC Brasil no dia 27 de março, George Rutherford, professor de epidemiologia da Universidade da Califórnia, em San Francisco (EUA) afirmou que “o Coronavirus sofre mutações na mesma velocidade, mais ou menos, do que outros vírus de RNA.” . Outros dois especialistas, sendo um deles Stanley Perlman, virologista da Universidade de Iowa (EUA), que atuou no comitê internacional que deu o nome ao coronavírus, e Tarik Jasarevic, porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), disseram que o vírus “não sofreu mutação significativa” e “até agora não temos evidências de nenhuma alteração no vírus”.

Portanto, é possível que todos contribuam com a atual situação de pandemia respeitando suas necessidades e peculiaridades. Muitos empresários também podem optar pela estratégia mista, utilizando-se das duas metodologias. Não há decisões fáceis em momentos difíceis, assim medidas arriscadas muitas vezes são tomadas para que a tragédia eminente seja evitada ou atenuada. Não cabe a nenhum de nós julgar as necessidades do outro, todos devemos nos apoiar e fazer a nossa parte, cada um com seus sacrifícios.

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https://www.nytimes.com/2020/03/22/opinion/coronavirus-economy.html?smid

https://www.nytimes.com/2020/03/20/opinion/coronavirus-pandemic-social-distancing.html?0p19G=7900

https://www.bbc.com/portuguese/brasil-52069729